Responsáveis por ONG de proteção animal são presas sob suspeita de fraude
Três responsáveis pela ONG de proteção animal Pata Voluntária, de Alagoas, foram detidas na sexta-feira (5) sob suspeita de estelionato. Neste sábado (6), a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.
Tudo começou após as mulheres publicarem em rede social que a ONG havia sido assaltada e registrarem boletim de ocorrência.
Os relatos comoveram seguidores e ativistas. De São Paulo, o Delegado Bruno Lima, deputado estadual pro PSL e defensor da causa animal, colocou sua equipe à disposição para ajudar a ONG. No entanto, afirma que, durante as investigações, foi alertado pelo delegado Leonam Pinheiro, de Alagoas, sobre os indícios de fraude.
Segundo a Polícia Civil, o roubo não ocorreu —seria uma forma de sensibilizar as pessoas a doarem dinheiro para a ONG, mas os valores arrecadados eram usados em causa própria.
Pinheiro diz que entre as vítimas estão doadores de uma vaquinha virtual, cujo valor passou de R$ 70 mil, e um seguidor que disponibilizou R$ 25 mil ao grupo. As investigações continuam, e os policiais devem pedir quebra de sigilo bancário e bloqueio de contas das suspeitas.
Uma das mulheres confessou o crime, de acordo com a Polícia Civil. Ela teria dito que a fraude foi criada com objetivo de arrecadar dinheiro para construir um hospital veterinário. As outras duas permaneceram em silêncio. A reportagem não conseguiu contato com as defesas.
Durante audiência de custódia, neste sábado (6), as suspeitas teriam relatado violência psicológica no momento da prisão. O Ministério Público deve acompanhar o caso.
CRIMES
Segundo o delegado Thiago Prado, as mulheres foram autuadas por estelionato, falsa comunicação de crime, guarda de animais silvestre —encontrados em casa, sem autorização—, e associação criminosa.
Em rede social, ele afirma que os animais atendidos pela ONG estão sob os cuidados do veterinário e outros voluntários até possível deliberação da Justiça.
(Foto: Delegados de Alagoas falam sobre as prisões (Reprodução)