Em acordo após morte de Manchinha, Carrefour terá de depositar R$ 1 mi em fundo para causa animal
O Carrefour terá que depositar R$ 1 milhão em um fundo para a causa animal, devido à morte da cadela Manchinha, agredida em uma loja de Osasco, na Grande São Paulo, no ano passado. O acordo foi firmado na quinta-feira (14) com o Ministério Público.
De acordo com o Termo de Compromisso, R$ 500 mil serão destinados à castração de cães e gatos, R$ 350 mil para a compra de medicamentos para o Hospital Municipal Veterinário ou canil e R$ 150 mil para compra e entrega de rações a associações, ONGs e entidades da cidade. O fundo deverá ser criado pelo município em um prazo de seis meses.
O acordo, fechado por meio do promotor Gustavo Albano Dias da Silva, prevê multa de R$ 1.000 por dia caso haja atraso no cumprimento das obrigações. Segundo o Ministério Público, o município poderá ser alvo de investigação por improbidade administrativa se não cumprir o que foi determinado.
A Promotoria ficará responsável por fiscalizar a utilização e destinação do dinheiro. Em nota, o rede de hipermercados informou que já implementa plano de ação em prol da causa animal, “estruturado com o apoio de diversas ONGs e entidades, com ações concretas em curso na cidade de Osasco e no país”.
MANCHINHA
A morte da cadela, no fim de novembro, provocou reações e levou o Carrefour a planejar iniciativas em prol da causa animal.
A prefeitura também foi criticada na ocasião, pela forma como agentes do Centro de Zoonoses capturaram Manchinha, que já estava ferida e muito assustada.
O caso reacendeu a polêmica em torno da punição para maus-tratos contra animais. Após a morte, projetos aprovados na Câmara e no Senado elevam as punições —esses projetos ainda dependem de análise.
A vira-lata vivia na unidade do Carrefour de Osasco e era alimentada por funcionários. No dia 28 de novembro, foi ferida por um funcionário terceirizado, que disse ter sido orientado a retirar o animal da loja, mas que não tinha a intenção de machucá-la. Em depoimento, ele afirmou que só percebeu que a cadela estava ferida quando ela voltou sangrando.
Após investigação, o funcionário foi apontado pela polícia como responsável pela morte.
Em fevereiro, a cadela deu nome ao primeiro Hospital Veterinário Público na cidade.