No Dia do Veterinário, leia depoimentos sobre a profissão

Lívia Marra

Ele medica os bichinhos, salva vidas, se preocupa com o bem-estar, ameniza sofrimento, luta contra o tempo, fica feliz com o sucesso do tratamento, fica triste quando não dá certo, acaba sendo ‘médico’ também dos donos dos pets, é paciente e atencioso, atende telefonemas durante a madrugada, responde a nossas mensagens de texto em pleno feriado, é mais que nosso amigo em rede social. 

Para marcar o Dia do Veterinário, lembrado nesta sexta-feira (9) –e como forma de agradecer pela dedicação com os animais– o blog pediu a alguns deles que contassem por que são apaixonados pela profissão e que falassem sobre os desafios. 

Leia depoimentos:

Amilcar Silva Junior –  “Todos os resultados positivos que obtenho na manutenção da saúde dos meus pacientes e na satisfação dos seus tutores são muito gratificantes. Mas a maior tristeza é quando me deparo com situações nas quais já não há o que eu possa fazer para recuperar a saúde do meu paciente e só me resta atuar no sentido de amenizar o sofrimento e a dor para uma morte digna. Esse reconhecimento das  limitações humanas é muito difícil. Sofro com o sofrimento das pessoas, e o que posso fazer é tentar mostrar a elas que a vida tem seu ciclo, é finita e temos que aceitar essa condição. O importante é sabermos que durante todo o seu transcorrer, fizermos todo o esforço possível para tornar a convivência prazerosa e saudável para ambos os lados, não faltando carinho, atenção, amor e os cuidados com alimentação, saúde e bem estar necessários ao bem-estar do animal sob a nossa responsabilidade.”

Antonio Marquesim – “O que mais me deixa feliz é poder dar conforto e amenizar os problemas de saúde nos meus pacientes. A relação que se faz entre nós é especial. Tenho consciência da minha responsabilidade  sobre esses pequenos indefesos à dor. Fico satisfeito quando tenho respostas positivas a expectativas  a um tratamento, vejo a melhora ou cura, ou posso amenizar a dor dos nossos pequenos. Compartilho com os tutores a felicidade de poder tratá-los e de estar ao lado nas horas que mais precisam –nas boas, como um parto, ou  na hora da despedida. E estarei sempre do lado dos meus pequenos e queridos pacientes! Isso é realização, amor , dedicação e satisfação.”

Daniel Blum Passos – “Médico veterinário é uma profissão que me encanta desde a infância. Ser médico veterinário é decifrar latidos, miados, lambidas, olhares….É se importar com que os animais pensam, sentem, sofrem e merecem ser tratados com amor, carinho e dedicação. É lembrar da sua infância e querer levar para casa todos os cachorros sem donos e vadios que aparecem abanando o rabo. Ser médico veterinário é se doar por completo e atender a todos com humanização. Sei que todas as profissões têm seus desafios, desilusões, mas quem ama o que faz luta firme e forte. Muitos se formam em medicina veterinária, mas poucos se tornam verdadeiramente veterinários.”

Maíra Lucone Guimarães – “Quando eu trabalhava como clínica veterinária, sem dúvida, o melhor retorno é você ver um animal que chegou doente se recuperar satisfatoriamente. Estando agora na indústria farmacêutica, a gente também busca primordialmente o bem estar e a saúde animal, embora muitas pessoas não tenham esta percepção. Essa busca vai desde a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e técnicas que possam oferecer qualidade de vida ao animal até novamente a outra ponta, que é a satisfação de poder oferecer novas opções de tratamento aos nossos amados animais. De uma maneira geral, as dificuldades englobam fatores que não dependem somente do nosso preparo e dedicação para que ocorra uma mudança positiva na saúde animal. Com todo preparo, estudo e tecnologia disponíveis hoje, infelizmente não conseguimos ter 100% de responsabilidade na melhora do animalzinho, e isso é muito triste e frustrante.”

Marcello Roza, secretário-geral do Conselho Federal de Medicina Veterinária e presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – “Na verdade, eu fui escolhido pela medicina veterinária. Os animais e a área de saúde sempre me atraíram, então eu juntei minhas duas paixões. A medicina veterinária me proporciona exercer um trabalho em defesa da Saúde Única, ao cuidar dos animais, das pessoas e do meio ambiente. Além disso, os aninais são amigos que escolhemos, e posso retribuir a eles um pouco do que eles dão às pessoas. O desafio dessa profissão é manter-se atualizado em conhecimento e tecnologia, proporcionando assim o melhor de si para os animais e para a sociedade.”

Maria Cristina Novo Campos Mendes, veterinária no Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo – “Minha profissão sempre me fez feliz. Lidar com animais é muito gratificante, pois eles sabem demonstrar de uma maneira especial toda a gratidão que sentem por serem cuidados. Há um bom tempo atuo na saúde pública e isso também é gratificante, uma vez que, os cuidados com os animais estão diretamente relacionados com a saúde da população humana. Quanto às dificuldades, o abandono, não somente de cães e gatos como de cavalos e outros animais, é um grande sofrimento para eles e creio que é difícil para qualquer veterinário conviver com isso, o que me deixa muitas vezes infeliz.”

Rodrigo Mainardi, médico-veterinário e membro da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicona Veterinária-SP – “A paixão pela medicina veterinária sempre se inflama quando chega um animal doente, sequer conseguindo andar, e sai andando lambendo o rosto do dono. Ou após uma cirurgia difícil, que exigiu horas de estudo na noite anterior, ser bem sucedida. Ou quando vejo a segurança passada a uma mãe,  que deixará seu filho brincar e rolar com seu pet sem preocupações.  E ainda quando orientamos sobre a importância da sanidade do ambiente onde todos vivem. Mas o melhor de tudo, o que vale cada esforço, cada lágrima, suor e sangue é ouvir ‘obrigado, doutor, pela paciência, carinho e dedicação. Obrigado por ser o médico do Totó e nosso também’.”

Rosália Ferreira – O que me deixa mais feliz na minha profissão é a possibilidade de recuperar a saúde e o bem estar dos meus pacientes. Amo atender de filhotes a idosos. Eles me enchem de alegria e me dão muito ânimo para me manter sempre atualizada, para oferecer sempre as melhores opções. Me desagrada quando os recursos da medicina veterinária são esgotados, e a vida se vai. Mas isso faz parte da nossa rotina, e os avanços da medicina veterinária estão a passos largos, para nossa imensa satisfação.”

Valéria Pires Correa, médica-veterinária e membro da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicona Veterinária-SP – “Desde os três anos queria ser médica-veterinária. Claro que várias crianças falam isso por gostar dos animais e, no futuro, mudam de ideia. No meu caso, tinha algo a mais. Além de amar os animais, gostava muito de tratar seus machucados, de fazer curativos, examinar, ir ao veterinário e ficar olhando como ele cuidava daqueles seres incríveis. Nunca pensei em nenhuma outra alternativa que não fosse ligada a essa profissão tão linda. Minhas áreas de atuação foram durante anos, dar aulas de anatomia e operar cães e gatos. Percebi, durante meu doutorado, que ensinar aos alunos a cuidarem bem dos animais, ampliava minha missão nessa área. Durante os meus 25 anos de profissão, sempre amei demais a medicina veterinária. Hoje, atuo na área administrativa de uma grande rede de pet shops, onde posso tomar decisões que sempre foquem o bem-estar animal. Se eu pudesse voltar no começo da vida, sabendo o que sei hoje sobre ser veterinária, eu faria tudo de novo, pois na minha opinião, não existe uma profissão mais prazerosa.”