USP Pirassununga testa célula-tronco para tratar cães paraplégicos

Lívia Marra

Um projeto desenvolvido pela USP em Pirassununga (SP) pretende devolver movimentos a cães paraplégicos em consequência de hérnia de disco.

Segundo a mestranda Jéssica Rodrigues Orlandin, dez animais serão selecionados para o estudo.

Poderão participar cães que não mexem as patinhas traseiras –mas sustentam o peso com as da frente– e  não conseguem controlar urina e fezes. Para a pesquisa, serão escolhidos cães dentro de um ‘padrão’–com o mesmo tipo da doença, porte, faixa etária.

“Faremos a cirurgia para a remoção da hérnia e a aplicação das células para ver qual a melhora do animal”, diz Orlandin.

A expectativa, de acordo com a veterinária, é de que os resultados sejam percebidos em até três meses após a operação. As cirurgias, no entanto, ainda não têm data prevista.

Animais com a doença não conseguem andar porque a hérnia comprime a medula espinhal e impede que o comando do cérebro chegue às patinhas. Conforme o Projeto Passear de Novo, as células -tronco podem amenizar a inflamação, repor as células nervosas. Com isso, o bichinho volta a ter estímulos e  controlar os movimentos.

Segundo a veterinária, outros estudos já foram feitos com células-tronco em cães e deram bons resultados. Esta será a primeira vez, no entanto, que a pesquisa será feita com células-tronco de placenta de cadelinhas em cães.

Em outros animais, como ratos e macacos, a aplicação de células foi segura. “Como qualquer procedimento cirúrgico, envolve riscos”, diz a mestranda.

Todo o procedimento será gratuito. Além de exames, os cães passarão por três aplicações –em clínicas particulares, com a ressonância, a estimativa é que o custo seja de, no mínimo,  R$ 5.000.

O projeto é vinculado ao GDTI (Grupo de Desenvolvimento de Terapias Inovadoras), sob orientação do professor  Carlos Eduardo Ambrósio.

Quem tiver interesse em participar deve entrar em contato pelo telefone (19) 97134-9237, pelo e-mail jessica.vet@usp.br ou pela página fb.com/PassearDeNovo

Cadelinha em seleção para programa (Jéssica Orlandin/Arquivo Pessoal)
Cadelinha em seleção para programa (Jéssica Orlandin/Arquivo Pessoal)