Alfenas desiste de fogos no Réveillon, e Campos do Jordão terá queima silenciosa; veja cidades que alteraram festa
Texto atualizado – 30/12/2017 – 2h44
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As festas de Réveillon serão diferentes neste ano em algumas cidades do país. Para alivio dos animais, prefeituras afirmam que haverá menos barulho de fogos.
É o caso de Campos do Jordão, no interior paulista. A administração municipal diz que o show pirotécnico na virada do ano será silencioso e terá 12 minutos apenas de cores e de brilho.
A medida é resultado de lei sancionada neste ano, que proíbe a queima de fogos com estampidos na cidade. A medida vale para todos, sob risco de multa que varia de R$ 952,66 para pessoas físicas a R$ 2.256,30 para empresas.
“O objetivo da lei é respeitar crianças, idosos e evitar danos aos animais, sensíveis aos ruídos causados pelos fogos de artifício tradicionais. Os danos por conta do barulho atingem tanto animais domésticos quanto os silvestres. Os pássaros, por exemplo, estão entre os mais atingidos”, afirma o prefeito Fred Guidoni (PSDB). A festa será na praça do Capivari, a partir das 18h.
Ubatuba e Ilhabela, no litoral paulista, também terão espetáculo só com efeitos visuais.
Em Santos, lei aprovada no começo do ano sobre a utilização de fogos com barulho está suspensa desde 15 de maio devido a uma liminar obtida por fabricantes.
Questionada pelo Bom Pra Cachorro, a prefeitura informou que recorre da decisão e que os fogos que serão utilizados na virada do ano serão os luminosos, que têm um estampido natural do acionamento, mas produzem barulho menor do que os fogos de tiro.
Serão dez balsas espalhadas por toda extensão da praia, com um total de 17 toneladas de fogos de artifício e disparos comandados por GPS. O espetáculo deve durar 16 minutos.
Em Matão, no interior de São Paulo, a prefeitura afirma que não realizará queima de fogos em respeito aos idosos, enfermos, crianças e animais.
O mesmo acontecerá em Alfenas (MG). A administração municipal informou que não fará queima de fogos no Réveillon, “atendendo solicitação de diversas associações de protetores de animais no município”.
Em Estiva, também em Minas, fogos também foram abolidos, e a prefeitura afirma que a decisão vai gerar bem-estar, além de economia ao município.
SEM BARULHO
A virada do ano na chácara de Mauricio de Sousa, “pai” da Turma da Mônica, também vai ser sem a tradicional queima de fogos.
Em rede social, o cartunista avisou aos amigos e aos vizinhos de Caçapava (SP) que a apresentação, ocorrida nos últimos anos, está suspensa “em respeito aos animais domésticos e silvestres que são muito maltratados com essa prática”.
RISCO AOS ANIMAIS
Com a audição muito mais sensível que a dos humanos, os animais sofrem com barulhos extremos, e o estampido dos fogos deixa muitos deles em pânico.
Coração acelerado, salivação excessiva e tremores são indicativos de que algo não está bem. Assustados, os bichinhos podem ter reações inesperadas e se machucar. No caso de animais doentes, o quadro de saúde pode se agravar. Podem ocorrer mortes.
Para minimizar o sofrimento de animais assustados com o barulho, vale tentar colocar algodão no ouvido, pegar no colo ou deixar o animal em um cômodo da casa onde o som seja mais abafado.
Segundo especialistas, também é opção distraí-lo com brincadeiras ou com petiscos –e, assim, fazer associações positivas.
Se o pet preferir, pode ficar abrigado em algum cantinho da casa, desde que ele se sinta o mais confortável possível. O ideal é que ele não fique sozinho.
O importante é manter portas e janelas fechadas —para impedir que ele fuja ou pule— e deixar o ambiente livre de objetos que possam cair ou causar ferimentos, caso o cão, assustado com o barulho, esbarre. Animais presos a correntes também podem sofrer graves ferimentos em um momento de pânico.
Mesmo com todo cuidado em casa, mantenha uma plaquinha de identificação na coleira, caso o bichinho escape.
Converse com o veterinário, caso o animal tenha muito medo de fogos. Ele poderá avaliar a possibilidade de receitar um calmante para a ocasião.