Campanha de vacinação antirrábica é prorrogada em São Paulo

Lívia Marra

A campanha de vacinação contra raiva em cães e gatos foi prorrogada em São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, as doses serão aplicadas em 28 postos até o próximo dia 16, sempre das 9h às 16h (veja endereços abaixo).

De acordo com a secretaria, foram vacinados 829.377 animais –604.146 cães e 225.231 gatos– entre o dia 15 de agosto, quando começou a campanha, e o último dia 31.

A vacinação é gratuita e garante a manutenção do controle da doença entre os animais. A raiva é transmissível a partir de mordida, arranhões, lambeduras de animais infectados. Na cidade de São Paulo, não há registro de raiva humana desde 1981.

Cães e gatos com mais de três meses de vida devem ser imunizados, exceto doentes. Além dos postos espalhados durante a campanha, a prefeitura oferece a dose durante o ano todo, em 14 pontos da cidade.

No ano passado a campanha foi suspensa devido a falhas no recebimento das vacinas, distribuídas aos Estados pelo Ministério da Saúde, mas imunização continuou sendo oferecida em postos fixos.

REAÇÃO

Segundo a veterinária Maria Cristina Novo Campos Mendes, do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), qualquer medicamento pode dar reações, mas, no caso da vacina, não costumam ser graves. “O animal pode ficar febril, jururu, como criança no dia da vacina. Mas o dia é normal. Pode fazer tudo, comer normalmente”, diz.

Além da raiva, outras doenças graves,  como a cinomose, podem ser evitadas por meio de vacinas. Elas, no entanto, são  aplicadas em clínicas particulares.

DIA DA VACINA

Qualquer pessoa pode levar o animal ao posto durante a campanha. Não é necessário apresentar documentos, e o bichinho recebe o certificado de imunização.

Cães devem estar com guia e coleira e, no caso dos grandes ou bravos, focinheira.

Gatos devem ser levados na caixa de transporte, para reduzir o estresse.

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FOI MORDIDO?

A raiva afeta o sistema nervoso e é transmitida pela saliva. “O cachorro, curioso, pode caçar um morcego, por exemplo. Ou a transmissão pode ocorrer pelo contato com outro mamífero doente, como gato ou sagui”, afirma a veterinária.

Mordidas, arranhões ou lambeduras podem transmitir a doença ao homem. Em qualquer dessas situações, a pessoa deve procurar atendimento médico, caso o animal não seja conhecido ou não esteja vacinado.

Em caso de morcegos encontrados em residências, a orientação  é jogar um balde ou toalha sobre ele e acionar a prefeitura, pelo número 156, para a remoção. “A pessoa nunca deve por a mão”, afirma Mendes.

Segundo a Secretaria da Saúde, entre outras dicas para prevenir a raiva são:
– levar o animal para passear com coleira e guia, para evitar o contato com outros animais desconhecidos; no caso de gatos, especialmente, cuidar para que não saiam à noite para locais abertos, o que evita contato com morcegos;
– não mexer em cães e gatos desconhecidos e, assim, evitar mordidas ou arranhões;
– ao ser mordido ou arranhado por um cão ou gato, lave bem o local com água e sabão e procure orientação médica na unidade de saúde mais próxima

ESTADO

A organização das campanhas de vacinação é de responsabilidade das prefeituras.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, foram notificados 110 casos de raiva animal em 2015. Já os casos de raiva humana não são registrados desde 2001.

Na cidade de São Paulo, não há casos de raiva humana desde 1981. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o último caso registrado em animais foi em 2011, quando um gato foi contaminado por um morcego.