Grupo quer estátua para Bob Coveiro, cachorro que vivia em cemitério de SP
Bob Coveiro, cachorro que viveu cerca de dez anos em um cemitério após a morte da tutora, pode ser homenageado com uma estátua. Essa é a ideia da ONG Patre, que atua em Taboão da Serra (Grande SP).
O peludo era exemplo de amor e solidariedade, diz Cynthia Gonçalves, uma das idealizadoras da ONG. Ela lembra que, sempre que tinha um cortejo, Bob era motivo de alegria e conforto ao surgir entre os enlutados.
“Do nada aparecia um cachorro totalmente amistoso, com uma bolinha na boca, pedindo para você jogar para ele. A maioria das pessoas não ignorava esse pedido.”
Bob morreu em outubro passado, após ser atropelado. Com autorização da prefeitura, foi enterrado no Cemitério da Saudade, onde também está sua tutora e mesmo local que escolheu para ser sua casa.
A homenagem agora depende de orçamentos com artistas e da arrecadação do dinheiro para eternizar o pet.
Segundo Cynthia, a instalação do monumento no cemitério já está acertada com a administração municipal. Com a definição de quem executará a obra, será aberta uma vaquinha online para custear a estátua e uma plaquinha para que todos saibam quem foi Bob.
Para Sheila de Oliveira, presidente da Patre, a homenagem serve também para alertar que nem todos os cães podem ter uma casa, mas podem ser bem cuidados como animais comunitários.
“O Bob era um animal comunitário muito bem cuidado. Era vacinado, tomava banho quinzenalmente, foi castrado. Ele teve assistência até de protetoras independentes da cidade, quando ficou doente há uns anos. A importância dessa estátua é também para mostrar para as pessoas que animais comunitários podem existir”, afirma. “Já que eles não têm uma família, já que não tem como conseguir lar para todos, que eles tenham uma assistência, um amor e um carinho das pessoas.”
Outros animais já foram homenageados com estátuas. Em São João da Boa Vista (SP), um monumento ao vira-lata Zé foi instalado pela prefeitura perto de um dos locais preferidos pelo cachorro: em uma rotatória entre a Unifae e o Ginásio do CIC, no Jardim Santo André. Na Argentina, Capitán, que ficou conhecido por velar, por uma década, o túmulo do tutor, também foi eternizado. No México, foi Frida, a cadela famosa por resgates, entre outros casos pelo nundo.
A HISTÓRIA DE BOB
De acordo com relatos de funcionários, o cachorro chegou ao cemitério para o enterro da tutora e não quis mais ir embora. Familiares até tentaram levar Bob para casa, mas ele voltou.
Querido por todos, o pet acompanhava sepultamentos e adorava uma bolinha.
Em outubro, Bob seguia um dos agentes que cuidava dele quando foi atropelado por um motociclista, que não prestou socorro, de acordo com a ONG. Seu corpinho foi arrumado pela funerária Campos em um caixão com flores, e as homenagens contaram também com coroas. Em uma estava escrito “saudade eterna”.
BOLINHAS PARA OS CÃES DO CCZ
Após a morte do Bob, a Patre realizou, no dia 2 de novembro, uma campanha para arrecadação de bolinhas no cemitério da Saudade.
A ação teve grande adesão, e o brinquedo preferido do Bob foi doado para cães e gatos do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da cidade.
Passado o Dia de Finados, a população continuou levando bolinhas no cemitério, que manteve a coleta para beneficiar outros animais.
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