Veterinário acha que vai cuidar de bicho, mas logo descobre que cuida de gente, diz especialista
Os pets ocupam cada vez mais lugar nas casas e na vida das pessoas. Por isso, a relação entre tutor e veterinário precisa ir além do diagnóstico e tratamento.
Cabe ao profissional entender esse vínculo das famílias multiespécie, deixar se envolver, ter empatia, estar disposto à conversa e dar conta dos relacionamentos interpessoais, segundo a médica veterinária Silvia Corrêa. “Fazer escuta ativa é parte do que hoje é ser veterinário.”.
Seja no caso de um animal com doença terminal ou de uma pessoa sem recursos para um tratamento mais simples, o veterinário deve saber explicar o problema tecnicamente e fazer o acolhimento, afirma a especialista. Afinal, essa conversa pode acalmar um tutor desesperado com o diagnóstico e também ser a chave para que um tratamento seja seguido à risca e tenha sucesso.
O problema é que esse diálogo nem sempre é fácil e pode ter ruídos. Para a especialista, o profissional sai da faculdade com todas as técnicas para cuidar dos animais, mas não se dá conta que a comunicação também é uma habilidade requerida.
Tem veterinário que acha que vai cuidar de bicho, mas, no primeiro dia de clínica, descobre que cuida também de pessoas, diz ela. Para conseguir ajudar, o profissional precisa observar as reações do cliente e não apenas ouvir, mas mostrar que está escutando –sem interromper rapidamente–, além de buscar caminhos para o enfrentamento do problema.
“Muitas vezes a pessoa só quer uma fala que a normalize. Saber se é o limite [de um tratamento], ouvir que tem muita gente que passa por isso”, afirma.
Silvia, que também é consultora do Centro Veterinário Seres da Petz, participará no dia 2 do Seres Talk, evento online e gratuito voltado a veterinários de todo o país. Na palestra, ela abordará o tema “conversas difíceis com o tutor”.
Isso não se refere apenas a doenças graves ou luto. Pode envolver, por exemplo, a dificuldade para cobrar uma consulta.
No dia a dia, o diálogo claro e franco ajuda não só o tutor se sentir respeitado, mas reforça a confiança no profissional, afirma a especialista.
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Seres Talk
Dia 2/9, às 19h
Inscrições: serestalk.com.br
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