Cães são maioria, mas gatos ganham espaço nos lares; confira pesquisa sobre o setor pet

(Adobe Stock)
Lívia Marra

Cães são maioria, mas tem crescido a participação de gatos nos lares brasileiros. A pandemia contribuiu para esse resultado: enquanto pessoas que moram sozinhas decidiram adquirir um cachorro, casais sem filhos se interessaram mais pelos felinos. Os dados são da pesquisa Radar Pet, feita pela Comac (Comissão de Animais de Companhia) do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal) e apresentada nesta sexta-feira (23).

O levantamento mostra ainda que aumentou, em relação aos dados divulgados no ano passado, a quantidade de entrevistados que enxergam cães e gatos como filhos ou membro da família –o que reflete em uma preocupação maior com os cuidados com os animais.

“A pandemia modificou muito a relação do tutor com o pet, mas também a forma como o veterinário e o lojista se comunicam. O que percebemos é que as famílias adotaram mais, inclusive tendo um grande percentual de pessoas que adquiriram o primeiro pet durante a pandemia. Os animais de companhia são extremamente importantes para a saúde e bem-estar emocional das famílias durante esse período de estresse. E isso alavancou as adoções, que já era uma tendência forte, mas foi alavancada”, diz Leonardo Brandão, coordenador da Comac.

Confira alguns destaques da pesquisa, que mostra também hábitos e mudanças no segmento durante a pandemia. Foram feitas 750 entrevistas online, entre 7 e 26 de abril, com tutores de todas as regiões –a maioria no Sudeste. A margem de erro é de 3,6 pontos percentuais para mais ou para menos, no intervalo de confiança de 95%.

> Cães x gatos – 46% dos domicílios têm cães; 21% deles vivem com casais sem filhos, 21% em famílias com filhos pequenos e 19% em famílias com filhos jovens/adultos.

Já os gatos estão em 37% dos domicílios e 27% vivem com famílias com filhos pequenos, 19% com famílias com filhos jovens/adultos e 19% com famílias com filhos de todas as idades.

A pesquisa aponta que 17% dos lares têm cães e gatos –25% com casais sem filhos, 21% em famílias com filhos jovens/adultos e 14% em famílias com filhos de todas as idades.

A maioria dos pets têm de 1 a 6 anos –51% dos cães e 46% dos gatos. Segundo os tutores, 57% dos cães e 22% dos gatos são de raça.

Conforme o levantamento, 54% dos cachorros foram adotados ou resgatados, número que salta para 84% no caso dos felinos.

> Pets na pandemia – Da amostra, 23% não tinham cães ou gatos antes da pandemia. Assim, 30% dos pets do estudo foram adquiridos após o coronavírus.

Entre os entrevistados, 31% disseram ter adquirido ao menos um cachorro na pandemia e 50% ao menos um gato. Dos cães, 53% são de raça, 56% machos e 54% têm de 6 meses a um ano. Já entre os gatos, 24% são de raça, 57% são machos e 48% têm de 6 meses a um ano.

A origem do pet foi apontada como presente por 34% dos tutores de cachorro e 19% dos de gatos. Outros 13% dos donos de cães disseram ter feito resgate por conta própria, contra 40% dos de gatos.

Pessoas que moram sozinhas foram as que mais adquiriam cães na pandemia –a região Sul se destaca. Já casais sem filhos adquiriram mais gatos –e, nesse caso, a região Norte lidera.

Abandono – A onda de adoções na pandemia levou, depois, ao abandono, segundo ONGs.  Nesta edição da pesquisa, os entrevistados foram questionados se conheciam alguém que abandonou animal, e a resposta foi afirmativa para 25% de cães e 21%, gatos. A razão não foi perguntada. O levantamento que cerca de 10 milhões de animais de companhia foram deixados.

> Filhos e membros da família – Na pesquisa deste ano, aumentou o número de tutores que enxergam cães como filhos –31%, contra 24% no Radar Pet 2019; A resposta dos tutores de gatos se manteve em 27%.

Já aqueles que consideram cães como membros da família subiu de 25% para 28%, e gatos de 21% para 26%.

Ao mesmo tempo, houve declínio dos que consideram cães e gatos como bichos de estimação: passou de 23% para 7% no caso de cães, e de 29% para 13% no dos felinos.

Saúde do pet – A ligação com os pets impacta nos cuidados com a saúde. Apesar da crise e da pandemia, metade dos veterinários entrevistados –94– disse que o volume de atendimentos aumentou, embora 35% apontaram diminuição nas consultas.

Vacinação e consultas preventivas foram os principais motivos de visitas ao veterinário. As doenças mais comuns foram gastroenterite, alergia e doença do carrapato nos cães, e doença renal, doenças de pele e Felv nos gatos.

O médico-veterinário também continua sendo principal fonte de informação, mas Google, funcionários de pet shop e YouTube seguem a lista. Na pandemia, WhatsApp (92%), Instagram (58%) e Facebook (41%) foram meios de diálogo entre tutores e o especialista.

O coronavírus preocupou tutores, e 79% procurou dados sobre contágio e transmissibilidade da Covid em pets.

Hábitos na pandemia – Fazer compras online se tornou um hábito para 74% dos entrevistados, e 90% deles dizem que continuarão a usar essa ferramenta. Aproveitar mais a compahia dos pets foi citado por 73%, e 86% querem manter esse hábito. Mas a pandemia também aproximou as pessoas, e 55% relataram aproveitar mais a companhia das pessoas com quem mora –83% querem continuar assim no pós-vírus.

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