Cães ajudam a confortar familiares de vítimas de desabamento na Flórida
Texto atualizado em 30.jun.21
Enquanto equipes de resgate vasculham os destroços do prédio que ruiu parcialmente em Surfside, na Flórida, parentes aguardam por qualquer informação dos cerca de cem desaparecidos. Dezesseis corpos já foram removidos desde o acidente, no dia 24.
O resgate é lento, o que aumenta a angústia nos familiares das vítimas. Para tentar reduzir um pouco a dor dessas pessoas, voluntários levaram cães de terapia à região. Linda Perez, presidente da ONG Boricuas de Corazon, afirma que os pets podem ajudar as vítimas a processar suas emoções.
O akbash Tal, de 7 anos, e o walker coonhound Molley, de 1 ano, já se relacionaram com pelo ao menos quatro famílias da Argentina, uma do Paraguai e outras que vieram de Houston, disse Perez à agência Reuters.
Segundo ela, os familiares de vítimas estão sofrendo com ataques de pânico ou problemas de ansiedade. “Eles podem sentir o cachorro, podem ter esse contato com os olhos. É muito legal. Os animais estão absorvendo tudo o que estão sentindo ao mesmo tempo e podem ser muito relaxantes para eles”, afirma.
Perez diz que uma mulher pediu companhia prolongada de um animal enquanto esperava a chegada da filha e soube que poderia ter apoio 24 horas por dia. “Essas pessoas estão sofrendo”, afirmou.
A poucos quarteirões dos escombros, Patrick Williamson se sentou com seu pastor alemão para oferecer companhia a quem precisa. Gracie, 5, o ajudou a superar o trauma que experimentou servindo no Exército americano no Iraque e espera que o cão possa fazer o mesmo pelas pessoas em Surfside.
Gracie “me deu a oportunidade de ter uma vida melhor”, disse Williamson à agência AFP. “Minha filosofia é que se ela fez isso por mim, ela pode fazer por outra pessoa”.
Equipes de ajuda de todos os Estados Unidos viajam para a cidade para oferecer de tudo, desde lanches a orações e terapia. Entre eles está o grupo de resgate United Cajun Navy, que pediu a seus voluntários que levassem cães de terapia para ajudar as pessoas a superarem o trauma.
“Se você começar a acariciar um cachorro, uma conversa começa e isso é curativo”, afirma à AFP Jay Harris, um treinador que levou quatro dos cães de seus clientes –três poodles e um vira-lata.
Com afagos e abraços, os pets dão apoio emocional. Eles são acostumados a trabalhar com pessoas em risco de estresse pós-traumático e treinados para atuar em hospitais e em áreas de tragédias.
Cães de terapia já auxiliaram vítimas após o atentado na Maratona de Boston, em 2013 –quando três pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas–; após o massacre em Las Vegas, em 2017; visitaram vítimas da tempestade Harvey, no Texas, também em 2017; e até alunos da escola Raul Brasil, palco de massacre em Suzano (SP), em 2019.
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