Cães e gatos podem ser hemofílicos; conheça causas e sintomas

Lívia Marra

Sangramentos excessivos e hematomas podem ser sinais de hemofilia em pets. Assim como ocorre com humanos, não há cura e, no caso de cães e gatos, o tratamento é mais complexo devido à baixa disponibilidade de bancos de sangue animal.

A doença —um distúrbio de coagulação— é hereditária e mais comum em cães machos das raças pastor alemão e dobermann. Entre os gatos, algumas raças têm maior predisposição genética, como maine coon, devon rex e british shorthair.

Segundo hospital veterinário Sena Madureira, em São Paulo, a doença aparece quando o animal ainda é filhote. O pet tem sangramentos espontâneos e excessivos pelo cordão umbilical ou na troca dos dentes. Também pode apresentar hematomas, sangramento pelo nariz, expulsão de sangue através de tosse, sangramentos pelo trato gastrointestinal, além de hemorragias associadas a traumatismos.

Existem dois tipos de hemofilia —A e B—, e o diagnóstico é feito a partir de exame de sangue.

“O diagnóstico da hemofilia é fechado após a realização de testes que avaliam a atividade dos fatores de coagulação sanguínea. Os tipos de hemofilia diferem entre si não pela gravidade, mas pelos fatores da coagulação que estão envolvidos. Ambos podem ser de leves a graves, a depender do grau de comprometimento da coagulação”, afirma a veterinária Fernanda Fragata, diretora do hospital veterinário.

A hemofilia é transmitida por fêmeas fenotipicamente normais, mas portadoras do gene —possuem apenas uma cópia do gene defeituoso. Apesar de não haver cura, a doença pode ser controlada.

“O tutor deve evitar situações que podem desencadear quadros hemorrágicos, mas, caso ocorram, o tratamento envolve a reposição dos fatores de coagulação deficientes através de transfusão sanguínea”, diz a veterinária.

SANGUE EM FALTA

Animais portadores de outras doenças ou vítimas de acidentes também podem precisar de transfusão de sangue.

Se bancos para humanos sempre operam com baixos estoques, não é diferente em hemocentros para pets —e tutores sofrem para conseguir um doador compatível para seu cão ou gato. Por isso, a doação é tão importante.

O Sena Madureira tem uma estrutura de banco de sangue para suprir a  necessidade e tratar exclusivamente seus pacientes.

O hospital conta que isso salvou o maltês Thor, portador de anemia hemolítica auto-imune, doença genética. Levado ao local em estado grave, ele já caminhava pouco depois de receber a transfusão.

Cães adultos, saudáveis e com mais de 25 kg podem ser doadores. Bancos de sangue, clínicas e centros comerciais costumam fazer campanhas para atrair animais. Tutores também podem procurar locais perto de casa e levar seu peludo para esse gesto de solidariedade.

(Imagem: Adobe Stock)

 

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