Moradores recebem cartas com ameaças de morte a cães em SP; polícia investiga

Lívia Marra

Moradores do Planalto Paulista, zona sul de São Paulo, receberam cartas anônimas com ameaças de morte contra seus cães. Ao menos duas pessoas procuraram a polícia.

Um dos recados, endereçado à família da cadela Sol, afirma que os tutores têm até o fim do mês para levar o animal “ainda com vida” para outro lugar, “desde que seja longe” do bairro. Caso contrário, a partir da 0h do dia 30, o cachorro “será morto silenciosamente”.

Isso porque o animal late “fora da normalidade e do convívio social”.

O professor Vitor Assano, tutor da Sol, afirma que a mensagem chegou no dia 13, pela caixa de correio. Além de registrar boletim de ocorrência, a família buscou um adestrador, mas, segundo ele, não há nada de errado com a cadela.

“Ela late quando passa um cachorro, adora motoqueiro ou quando alguém sai pelo portão”, conta.

Vitor diz que se sentia culpado e na obrigação de fazer Sol latir menos, até ouvir do adestrador que não há barulho em demasia. Foi aí, afirma, que houve uma inversão de papéis e percebeu ser vítima no caso.

De porte médio, a cadela é resgatada e tem aproximadamente dez anos —está há oito com a família. O professor diz que logo que se mudaram, há muitos anos, vizinhos comentaram sobre os latidos, mas teria sido uma fase de adaptação e que nunca mais recebeu reclamações ou outras ameaças.

Com a carta, medidas de segurança foram adotadas.

“Ficamos preocupados porque é uma contagem regressiva”, afirma Assano. Ele relata angústia e medo com o que pode acontecer após o prazo estipulado.

“Fique ciente que este é seu único aviso. Somos profissionais e muito bem pagos pelo nosso trabalho”, diz um trecho do aviso. “Como prova do nosso profissionalismo deixaremos uma marca de tinta branca no seu carro. A próxima não será tinta nem branca.”

Segundo Vitor, outra moradora do bairro estava na delegacia, com carta semelhante, no dia em que o boletim de ocorrência foi feito. Nesse caso, afirma o professor, uma mancha  com tinta foi deixada no veículo da vizinha, como alerta a mensagem.

Procurada, a Secretaria da Segurança informou que a ameaça contra Sol é investigada por meio de inquérito policial pelo 16º DP (Vila Clementino). No outro caso, foi registrado boletim de ocorrência com as mesmas características, mas a vítima ainda não fez a representação criminal.

Ao tomar conhecimento, o Delegado Bruno Lima, deputado em São Paulo (PSL) e defensor da causa animal, também passou a monitorar o caso.

Na quinta (21), integrantes de sua equipe estiveram na casa de Vítor e procurariam a vizinha também vítima de ameaça.

De acordo com ele, o objetivo, nesse primeiro momento, é dar suporte e acalmar as famílias. Paralelamente, deve acompanhar as investigações.

(Imagens: Vitor Assano no Facebook)

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