O pit bull Sansão, que teve as duas patas traseiras decepadas no começo deste mês recebeu alta médica e voltou para casa neste sábado (25), em Minas.

O cachorro responde bem ao tratamento, mas ainda precisa tomar medicamentos, fazer curativos e monitorar exames, segundo a veterinária Ticiana Dornas, do Hospital Veterinário da Faculdade Arnaldo, em Belo Horizonte.

A evolução do peludo tem sido mostrada em rede social. Ele aparece brincando, rolando na grama e correndo apoiado nas patas dianteiras.

Sansão já ganhou duas cadeiras de rodas, que ajudam em locomoções e passeios. Mas a possibilidade de uma prótese ainda será avaliada.

O primeiro passeio após a alta foi mostrado em rede social:

RELEMBRE O CASO

Sansão vivia em uma empresa em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo os tutores, o pit bull é dócil e ficava ali não como cão de guarda, mas para ter mais espaço para brincar, já que convivia diariamente com a família no local.

No dia 6 de julho, o cachorro saiu e foi agredido no terreno vizinho, onde também funciona uma empresa.

Ferimentos no focinho indicam que foi imobilizado e amordaçado com arame farpado antes de ter as patas mutiladas com um facão.

O suspeito disse que se defendia, já que o pit bull costumava entrar ali com frequência e havia conflito com seus animais. Ele foi ouvido pela polícia e liberado –o caso ainda será analisado pela Justiça. A empresa informou que o funcionário seria demitido.

No dia 11, uma operação organizada pelo deputado estadual Noraldino Junior (PSC) resgatou cães, gatos e aves do terreno onde vivia o suspeito —anexo à empresa.

Noraldino disse que tomou a decisão após perceber que havia animais em situação de maus-tratos —presos com corrente curta e apertada, sem abrigo contra sol ou chuva, sem alimentos ou água. Foram retirados dois cães, dois gatos, duas galinhas, um galo e pintinhos.

MULTA

No dia 16, o homem foi autuado pela Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). A multa foi lavrada por prática de maus-tratos contra 13 animais e se soma a outras duas já aplicadas pela Polícia Militar do Meio Ambiente.

Segundo a pasta, as três multas —incluindo os maus-tratos contra Sansão— totalizam quase R$ 19 mil.

Maus-tratos é crime. De acordo com a lei de crimes ambientais, pode render detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal.

Defensores da causa animal cobram punições mais severas. Isso porque o responsável dificilmente vai preso. Crimes com punições de até dois anos são considerados de menor potencial ofensivo, e a pena normalmente é convertida em prestação de serviço.

(Foto: @todospor.sansao no Instagram)

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