Animais são resgatados de local onde cachorro Sansão foi mutilado

Lívia Marra

Cães, gatos e aves foram resgatados neste sábado (11) do local onde o cachorro Sansão teve as duas patas traseiras decepadas, em Confins (MG).

A iniciativa foi do deputado estadual Noraldino Junior (PSC), que teve apoio da Polícia Militar para a operação.

Noraldino disse que tomou a decisão após perceber que no terreno havia animais em situação de maus-tratos —presos com corrente curta e apertada, sem abrigo contra sol ou chuva, sem alimentos ou água. Foram retirados dois cães, dois gatos, duas galinhas, um galo e pintinhos. Eles foram levados a uma clínica veterinária e ficarão abrigados enquanto corre o processo –os cães serão levados para São Paulo e ficaram sob responsabilidade do projeto Pit’s Ales.

Segundo o deputado, lei estadual prevê multa ao homem –R$ 900 por animal, R$ 3.000 por uma ave encontrada morta–, além da punição no caso Sansão. O responsável deve também arcar com custos veterinários.

O suspeito de mutilar o pit bull não estava no local, onde também funciona uma empresa.

O CRIME

Sansão, que mora vizinho, foi agredido na segunda (6). Ferimentos no focinho indicam que foi imobilizado e amordaçado com arame farpado.

O suspeito disse que se defendia, já que o pit bull costumava entrar ali com frequência e havia conflito com seus animais. Há suspeitas de que outra pessoa tenha envolvimento no crime.

Após atendimento inicial, Sansão foi transferido para o Hospital Veterinário da Faculdade Arnaldo, em Belo Horizonte, e se recupera bem.

Já iniciou fisioterapia e ganhou uma cadeirinha de rodas para voltar a dar os primeiros passos após a cirurgia. A equipe médica ainda avalia a possibilidade de uma prótese.

De acordo com Noraldino, a cadeirinha não é a melhor opção pelo porte de Sansão, que teria dificuldades para deitar, por exemplo. O inchaço persiste nas patas, o que dificulta a análise. O deputado afirma, no entanto, que há recursos para oferecer uma vida melhor a Sansão.

Segundo ele, pessoas físicas e jurídicas se ofereceram para ajudar o animal a se recuperar.

O suspeito pelo crime, Júlio César Santos, foi ouvido pela polícia e liberado. O caso ainda será analisado pela Justiça. Ao deputado Noraldino, responsáveis pela empresa TRC Zappellini, com sede em Santa Catarina, lamentaram o caso e informaram que o funcionário –responsáveis por serviços gerais em Confins– será demitido.

DÓCIL

O tutor de Sansão, Nathan Braga, disse em rede social que o pit bull é dócil e não oferece risco às pessoas.

Em uma nota de esclarecimento, a família do cachorro informou que, apesar de viver onde também funciona uma empresa, Sansão não é um cão de guarda. Mora ali para ter mais espaço para brincar e porque os tutores estão sempre por perto. E afirma: ele é considerado um membro da família.

A nota diz que, naquela segunda-feira, Sansão saiu no fim do dia atrás de outros cães na rua. Ao perceber, os tutores foram à sua procura. Foi, então, que ouviram latidos e um homem dizendo “pega o facão, pega o facão”. Mas, quando conseguiram entrar na empresa vizinha, o pit bull já estava ferido.

PUNIÇÃO

De acordo com a lei de crimes ambientais, o crime pode render detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal. O responsável, porém, dificilmente vai preso.

Crimes com punições de até dois anos são considerados de menor potencial ofensivo, e a pena normalmente é convertida em prestação de serviço.

Casos como o de Sansão reacendem o apelo por penas mais severas. Ativistas e defensores da causa animal pedem leis que punam com prisão esse tipo de crime.

(Fotos: Noraldino Junior)

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