Festival anual da carne de cachorro é aberto na China; ativistas esperam que seja a último
O polêmico festival de Yulin começou nesta segunda (22), enquanto a China sinaliza medidas para o fim do consumo da carne de cachorro. No evento, que dura dez dias, o animal é a principal iguaria.
Recentemente, cachorros foram retirados da lista de animais que podem ser criados para consumo no país. Na ocasião, a medida foi comemorada por protetores. Para a Humane Society International, embora ainda não seja uma proibição, é o sinal mais evidente de mudança para que o comércio da carne de cães e gatos seja banido em toda a China, como já ocorre nas cidades de Shenzhen e Zhuhai.
Tradição em países asiáticos, o consumo de cães é cada vez menos frequente, e jovens se engajam em ações de proteção animal.
O texto abaixo, sobre o festival em Yulin, é de David Stanway, da agência Reuters.
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O notório festival chinês de carne de cachorro foi aberto nesta segunda-feira em desafio a uma campanha do governo para ampliar o bem-estar animal e reduzir os riscos à saúde destacados pelo surto do novo coronavírus, mas ativistas esperam que os dias do evento estejam contados.
A feira anual de dez dias na cidade de Yulin, no sudoeste do país, costuma atrair milhares de visitantes, muitos dos quais compram cães exibidos em gaiolas apertadas. Ativistas disseram que os números deste ano diminuíram.
O governo está elaborando novas leis para proibir o comércio de animais selvagens e proteger animais de estimação, e os ativistas esperam que este ano seja a última vez que o festival será realizado.
“Espero que Yulin mude não apenas pelo bem dos animais, mas também pela saúde e segurança de seu povo”, disse Peter Li, especialista em políticas da China na Humane Society International, um grupo de direitos dos animais.
“Permitir que grandes grupos comercializem e consumam carne de cachorro em mercados e restaurantes lotados em nome de um festival representa um risco significativo à saúde pública”, disse ele.
O coronavírus, que se acredita ter se originado em morcegos-ferradura antes de chegar a humanos em um mercado na cidade de Wuhan, forçou a China a reavaliar sua relação com os animais, e o país prometeu proibir o comércio de animais selvagens.
Em abril, Shenzhen se tornou a primeira cidade da China a proibir o consumo de cães, e outras devem seguir a medida.
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