Saiba cuidados com a gestação do pet e os primeiros meses do filhote

Lívia Marra

Um filhote de cachorro ou de gato enche a casa de alegria, mas a mamãe e o bebezinho precisam de cuidados.

Durante a gestação, uma boa alimentação é importante para assegurar a saúde dos pequenos. Após o nascimento, é preciso respeitar o tempo de desmame, e a transição para a nova dieta deve ser feita sob orientação.

A médica-veterinária e gerente de comunicação científica da Royal Canin Brasil, Natália Lopes, selecionou alguns cuidados e fatos curiosos sobre a maternidade pet e a trajetória do desenvolvimento de um filhote. Confira:

> Cuidados com a mamãe – Durante a gestação, a boa alimentação ajuda a garantir a saúde da mãe e o desenvolvimento dos filhotes. Uma cadela ou gata prenha precisa de até 30% a mais de energia nessa fase, pois “os nutrientes ajudam na formação do feto e na produção do leite”.

Para dar mais conforto à mãe, é importante preparar adequadamente o local do parto. Pode ser uma caixa de plástico, revestida com material absorvente descartável ou lavável —como jornal em tiras, toalhas, tapete higiênico— e aconchegante. O ambiente deve ser tranquilo, livre de curiosos, com temperatura agradável.

> Nascimento – Os filhotes precisam mamar o mais rápido possível após o nascimento. Eles se nutrem de colostro, substância produzida pela mãe que reforça o sistema imunológico. Também é preciso pesar os filhotes. “O peso de nascimento e a taxa de crescimento durante as primeiras 48 horas são parâmetros-chave para que se descreva a condição de uma ninhada e possíveis filhotes com risco de mortalidade neonatal sejam identificados”, diz a veterinária.

Os cães devem ter entre 1% e 5% do peso esperado do adulto no nascimento, o que pode variar de 70 a 700 gramas dependendo do porte, raça e sexo do filhote. Normalmente, eles devem ganhar entre 5 a 10% do peso por dia nas primeiras semanas de vida.

Já gatos devem nascer com cerca de 2% a 3% do peso da mãe. O peso aumenta diariamente em aproximadamente 10% do peso de nascimento, de forma que entre o 7º e 10º dias os gatinhos já possam estar com o dobro do que nasceram. Gatinhos nascem com cegueira e surdez temporárias.

> Primeiros meses – Cães já apresentam visão e audição reativas por volta da quarta semana de vida. Já os gatinhos têm o olfato totalmente maduro e a audição bem desenvolvida na 4ª semana.

A janela de imunidade ocorre entre a 4ª e a 8ª semana de vida. Nessa fase, o nível de anticorpos fornecidos pelo colostro não é mais suficiente para garantir a imunidade, mas o filhote ainda não pode tomar vacinas. Ou seja, fica mais vulnerável a doenças.

O sono ajuda a fortalecer o sistema imunológico. Por isso, precisam de um lugar calmo e confortável. Alimentação específica é necessária para estimular o desenvolvimento. O veterinário deve orientar a transição gradual do desmame.

“A amamentação termina, aproximadamente, entre a 3ª e a 8ª semana após o nascimento, mas o cuidado com a nutrição não”, afirma Natália.

> Novo membro da família – Um filhote pode ser adotado após o desmame, mas é importante cumprir todo o protocolo de vacinação. A veterinária alerta, porém, sobre os riscos da procriação iintencional de cães e gatos. “Muitas pessoas acabam tendo um cão de raça, por exemplo, pensando em procriar e vender os filhotes. Fazer isso de forma caseira, sem as orientações e medidas necessárias, pode ser prejudicial para a saúde tanto da mãe quanto dos filhotes. Ao procurar por um filhote, é importante buscá-lo em ONGs ou criadores confiáveis que sigam os mais rígidos protocolos de saúde e bem-estar animal. Isso é a base do conceito de posse responsável”, diz.

Com o filhote em casa, basta aproveitar cada momento de bagunça e fofura. Esse é também uma fase de aprendizado para o animal —e para a família.

(Fotos: Royal Canin)