Prefeitura libera vacina contra leishmaniose para cães sadios em Santos
Tutores que moram em Santos, no litoral paulista, podem vacinar seus cães contra leishmaniose, gratuitamente, em uma ação da prefeitura.
A dose, porém, só será aplicada mediante comprovação, via resultado de exame, de que o cão não tem a doença. O tutor tem até dia 18 para isso.
O interessado deve entrar em contato com o setor de zoonoses para agendar a aplicação. Os telefones são (13) 3257-8048, (13) 3257-8044 ou (13) 3257-8032.
A imunização foi liberada após convocação e não comparecimento de responsáveis por animais sadios que têm proximidade com portadores da doença. Esses cães já eram investigados pela prefeitura e tinham exame negativo para leishmaniose.
De acordo com a administração municipal, 796 tutores foram convocados desde maio, mas apenas 232 levaram o animal para tomar as três doses necessárias da vacina.
Desde 2015, foram identificados 63 casos positivos de leishmaniose na cidade –37 já morreram. Os casos estão distribuídos em 13 bairros, com concentração no Morro São Bento (23). Não há registros de infecção em humanos no município, afirma a prefeitura.
A DOENÇA
A leishmaniose é transmitida pelo chamado mosquito-palha e tem nos cães a principal fonte de infecção. No caso dos animais, a doença não tem cura e não havia medicamento autorizado no país até pouco tempo –a eutanásia era a única recomendação.
Desde 2017, há no país medicamento que permite uma melhora clínica, embora o cachorro continue sendo reservatório da doença. Por isso, mais que tratamento contínuo, a guarda responsável é essencial, já que o bichinho precisará de acompanhamento veterinário pelo resto da vida.
A possibilidade de tratamento não exclui a prevenção. Coleira específica e vacina podem evitar a leishmaniose e são recomendadas, especialmente em áreas onde há maior risco de infecção.
Os sintomas costumam aparecer de dois a três anos após a infecção. Entre eles, o animal apresenta pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha.
Com o avanço da doença, órgãos internos como fígado, baço e pulmão são afetados.
A doença pode ser transmitida a humanos. Nesse caso, é grave, mas tem tratamento.
(Imagem: Adobe Stock)