Justiça suspende remoção de casinhas de cães após polêmica em Porto Alegre

Lívia Marra

Três casinhas para cães instaladas em frente a um condomínio em Porto Alegre são alvo de polêmica envolvendo prefeitura, moradores e defensoras da causa animal. Agora, o caso será resolvido na Justiça.

A administração municipal havia determinado que os abrigos fossem removidos e dado prazo para isso: sete dias, a contar de segunda (8). No entanto, após ação do Movimento Gaúcho de Defesa Animal, o juiz Eugênio Couto Terra, da 10ª Vara Cível da Capital, determinou a suspensão da retirada e marcou uma reunião para ouvir as partes do processo.

As casinhas do Jardim do Salso foram colocadas em frente ao edifício Tulipa há três anos. Um grupo de moradores divide os custos com ração e saúde dos cães comunitários.

A medida, porém, desagradou a alguns vizinhos, que fizeram queixas à prefeitura. Uma lei local proíbe obstruções nas calçadas, sob risco de multa —e as estruturas seriam um desses empecilhos.

Enquanto alguns moradores buscam a retirada dos abrigos, outros tentam assegurar que os animais tenham um local bem cuidado para se proteger, especialmente no frio.

A prefeitura argumentou que manter animais nas ruas estimula o abandono. Disse ainda que, soltos, os cães podem causar acidentes e citou riscos de doenças. Sugeriu que os animais fossem adotados pelos moradores do prédio, anunciou ação para buscar adotantes e afirmou que, em último caso, eles seriam levados ao canil municipal.

O impasse ganhou repercussão na cidade e nas redes sociais.

Em sua decisão, o juiz marcou uma audiência para o próximo dia 23, para que o caso seja resolvido.

A prefeitura informou que a Procuradoria-Geral do Município foi intimada e comparecerá na data estabelecida, mas defende que os cachorros abrigados nas casinhas sejam adotados. “Esta é a melhor alternativa para o bem estar dos animais e das pessoas.”

(Imagens: Reprodução/Vídeo/RBS)