Homenagens marcam adeus a Barney; saiba mais sobre o cão dos Bombeiros de SC

Lívia Marra

Com homenagens e presença de bombeiros e de outros cães da corporação, o corpo do cachorro Barney foi encaminhado para cremação, nesta segunda (6), em Santa Catarina.

O labrador, que atuava como cão de busca e resgate, morreu na sexta (3), quando entrou em um rio à procura de uma pessoa desaparecida na região de Içara. Ele mergulhou, mas não voltou à superfície. Seu corpinho só foi encontrado no domingo (5).

Barney tinha três anos e era experiente. Atuou, entre outras missões, nas buscas por vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) —e indicou vários soterrados, dizem os bombeiros.

Durante a cerimônia de despedida, realizada no crematório de animais Garden Pet, em São José, o cachorro foi homenageado pela corporação e lembrado como um animal amigável, alegre e brincalhão. As cinzas ficarão com seu tutor, soldado Rangel, que cuidou de Barney desde pequeno.

A dupla também era companheira de trabalho. Em meio ao luto, o soldado foi informado pelo subcomandante-geral dos Bombeiros, coronel Charles Alexandre Vieira, que um novo filhote de labrador será deslocado dos Estados Unidos para ser treinado por ele, como reconhecimento por seu trabalho.

Em rede social, até o cachorro Ice, primeiro cão salva-vidas do país e “avô” de labrador lamentou a morte. “Que São Francisco de Assis receba meu neto com todas as honras que merece”, diz legenda sob foto compartilhada de Barney.

BARNEY

Barney e o soldado Rangel formavam um binômio, como é chamada a dupla de bombeiro e cão de busca.

A partir do momento em que o condutor assume a função, passa a conviver 24 horas com o cachorro, em família, e se compromete com treinamento diário.

Segundo a corporação, ao receber Barney em sua casa, o soldado Rangel dedicava mais de 3 horas por dia com treinamentos e cuidados com o cão.

Em 10 de junho de 2016, a dupla foi apresentada no Batalhão de Lages para atuar em operações de buscas e resgates. Em setembro de 2017, eles receberam a primeira certificação estadual, garantindo a atuação. No início de 2018, veio a certificação internacional.

BUSCAS

Para as missões de busca e resgate, os Bombeiros de Santa Catarina usam cães da raça labrador por terem olfato apurado e temperamento dócil.

Os animais trabalham até, aproximadamente, oito anos, quando são aposentados das buscas e passam a atuar na cinoterapia, ou seja, terapia assistida por cães em hospitais ou clínicas, além de treinarem outros cães para a atividade de busca e salvamento.

Os animais são habilitados para procurar por vítimas em áreas de desastres climáticos, em rios e lagos, acompanhados dos tutores e de outros bombeiros.

De acordo com o Corpo de Bombeiros do estado, a missão de busca, para o cão, é uma brincadeira.

O treinamento é feito com resposta positiva e, quando encontram o que é proposto, recebem recompensas —como carinhos, brinquedos e agrados.

(Fotos: Reprodução/GardenPet Crematório)