Animais resgatados após tragédia recebem atendimento em Brumadinho; veja fotos

Atualização – 4.fev.19 – 22h35 – Número de animais abrigados em fazenda vai a 145

Equipes ainda buscam animais após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Com o acidente, no dia 25, bois e aves ficaram presos na lama. Animais domésticos acabaram sozinhos em áreas esvaziadas, após a fuga dos tutores. Mas muitos morreram, e não há estimativas sobre eles. A operação para localizar humanos desaparecidos persiste.

O CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) de Minas coordena as ações de resgate, e, conforme balanço, cães são maioria dos animais recolhidos. Defensores da causa animal e ONGs acompanham e auxiliam os trabalhos. Protetores também têm acolhido bichos.

Nas redes sociais, a ativista Luisa Mell mostrou as dificuldades para resgatar um boi que estava atolado; a Proteção Animal Mundial contou a história de Laminha, cadela retirada de uma área abandonada às pressas pelos humanos.

A expectativa é que animais que conseguiram escapar comecem a retornar para a região agora, com a lama mais seca.

BALANÇO

São 57 os animais resgatados na área da tragédia e levados a duas fazendas, que funcionam como hospital de campanha. Foram acolhidos 27 cães, 14 pássaros, 8 galinhas, 2 galos, 2 bovinos, 2 patos, 1 gato e 1 cágado, segundo balanço do CRMV.

No local, os bichos são submetidos a exames de triagem e recebem os primeiros tratamentos. Ali, aguardam pelos tutores. Serão colocados para adoção, caso os responsáveis não sejam localizados.

De acordo com o CRMV, a estrutura conta com atuação de médicos veterinários do Conselho, estudantes da Escola de Veterinária da UFMG, auxiliares e ONGs, como a Federação Humanitária Internacional Fraternidade e a Arca da Fé, além de participação da Anclivepa Minas.

Alguns animais presos na lama foram abatidos a tiros, a partir de helicóptero, o que provocou polêmica. O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, diz que o sacrifício é feito normalmente com injeção letal, mas outros métodos estão sendo utilizados devido à dificuldade de acesso aos animais.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária afirma que a decisão da equipe envolvida foi estritamente técnica, “uma vez que os animais já estavam debilitados, desidratados e em sofrimento”. Ao menos um equino e um bovino morreram dessa forma. Segundo o Conselho Federal, eles estavam em local sem condições de segurança para serem içados, presos em área que oferecia riscos aos socorristas e sem possibilidade de acesso para intervenção de outra técnica de eutanásia.

AJUDA CANINA

Cães farejadores dos bombeiros auxiliam os trabalhos de buscas por vítimas.

Entre os animais em Brumadinho está Sarah, cadela do Corpo de Bombeiros de São Paulo. Mas também há animais de voluntários, como o vira-lata Resgate, que atua com o grupo Resgate Sem Fronteiras.