Dez dicas para ajudar seu cachorro a enfrentar os fogos
Som alto, trovões e, principalmente, fogos de artifício são motivo de pânico para cães. Coração acelerado, tremores, salivação excessiva, inquietação e falta de apetite são sintomas de que o animal está apavorado. Alguns podem ficar agressivos.
Com a audição muito mais aguçada que a do ser humano, eles sofrem com os ruídos e têm reações inesperadas diante do medo. Podem se machucar ao buscar um esconderijo ou tentar fugir. No caso de animais doentes, é possível que o quadro se agrave. Há risco de morte.
O blog reuniu dicas de especialistas para ajudar o pet e enfrentar os fogos. Confira:
>Mantenha o animal identificado
Deixe portas e janelas fechadas para evitar fugas e mantenha na coleira uma plaquinha de identificação com nome do tutor e telefone –pode até ser bordada ou escrita à mão em tecido. Assim, se o pet escapar na hora dos fogos, a chance de ser encontrado é maior.
>Canse o animal
Se a queima de fogos tem data para acontecer, como no Réveillon, aproveite o dia para cansar o animal. Pratique exercícios mentais, como brincadeiras e comandos, faça uma corrida, passeie. Também brinque com seu gato, provoque corridas e pulos. O cansaço pode contribuir para que ele fique mais relaxado e preste menos atenção aos ruídos.
>Prepare um lugar calmo e seguro
Evite deixar o pet sozinho em casa e reserve um local tranquilo e seguro para ele no momento da queima de fogos, de preferência em uma área onde goste de ficar. Pode ser um quarto ou um cantinho mais fechado, com um isolamento maior do que os outros cômodos. Você pode fazer um tipo de toca e, nela, colocar objetos com seu cheiro, como uma blusa, por exemplo —para cães, embaixo de camas ou caixas de transporte; já gatos gostam de se refugiar em locais altos, como sobre armários, prateleiras. Não deixe o animal em sacadas, perto de piscinas ou preso a correntes.
>Use música para acalmar
Outra possibilidade é usar sons para abafar o barulho intenso dos fogos. Para isso, feche janelas e portas para reduzir o ruído externo e coloque uma música tranquila, com volume que faça o animal dar menos atenção ao som da rua
>Distraia o animal com brinquedos recheáveis
Se você alimenta seu cachorro duas vezes por dia, dê a ração normalmente pela manhã e prepare brinquedos recheáveis com as comidas preferidas dele para oferecer perto da hora de maior intensidade dos fogos. Entretido, ele pode ficar menos preocupado com o barulho.
>Fique por perto, mostre carinho, mas não abrace
Deixe o pet ficar perto de você, mas evite abraçá-lo na hora dos fogos. Ele pode entender que você também está com medo e se sentir ainda mais inseguro. Se ele não pedir, não pegue no colo. Demonstre carinho e não dê broncas ou qualquer tipo de punição pelo comportamento inesperado.
>Técnica da faixa
O tellington touch, conhecido como a técnica da faixa, ou a roupa ThunderShirt são métodos polêmicos. Eles fazem uma pressão no corpo que imita um abraço e, assim, prometem relaxar o animal. Pode funcionar com alguns, mas causar desconforto em outros. E, conforme o nível de fobia, o cachorro não se sentirá seguro só com a faixa. O ideal é que ela seja testada antes da queima de fogos.
> Usar protetores auriculares
Coloque algodão nos ouvidos do cão para que o barulho dos fogos o incomode menos —deve ser inserido superficialmente e retirado imediatamente ao término dos ruídos. Há também protetores auriculares próprios para pets.
>Essências e medicamentos só sob orientação
Essências relaxantes no ambiente podem ajudar o pet. Consulte o veterinário sobre a mais indicada e nunca passe o produto no animal. Porém, se o cão tem convulsões ou tenta atravessar portas com medo, o veterinário de confiança pode indicar um remédio adequado. Nunca medique por conta própria.
>Condicione seu cão com antecedência
Para este Réveillon já não dá mais tempo, mas a dica é importante. O ideal é que o cachorro passe por uma dessensibilização antes de eventos com muito barulho —como finais de campeonato de futebol, por exemplo. Esse trabalho deve ser feito de forma gradativa, com simulações desses barulhos associadas a algo que o animal goste muito, como um petisco, brinquedo ou brinquedo recheável. A recomendação é que o treinamento seja diário e dure cerca de 20 minutos. Funciona assim: use sons de fogos e trovões, disponíveis na internet. Comece com o volume baixo e recompense com petiscos e carinhos se ele ouvir e ficar bem no mesmo ambiente. Se isso acontecer, aumente aos poucos, mas sempre recompensando e fazendo festa, caso ele continue tranquilo. A associação positiva é importante, sobretudo, na educação de filhotes, afinal, são experiências que ele vai levar para a vida toda. O exercício também pode ser feito com cães adultos, mas sempre de olho em sua reação. Animais que demonstram medo precisam da ajuda de um adestrador e consultor comportamental.
Fontes: Christhiani Pereira, franqueada e adestradora da Cão Cidadão; Cleber Santos, adestrador e especialista em comportamento animal da ComporPet; veterinária Karina Mussolino, gerente de clínicas da Petz; Adolfo Yoshiaki Sasaki, médico veterinário e responsável técnico do HiperZoo; e Conselho Federal de Medicina Veterinária.