Vira-lata baleada em SP passa por exames e permanece internada

-Texto atualizado às 19h36 – 07/12/2018

A vira-lata Pintada, baleada na noite de quarta-feira (5) em São Paulo, passou por uma série de exames e continua internada, sem previsão de alta.

A cadela foi socorrida por policiais militares, que prenderam o suspeito pela agressão e chegaram a fazer um rateio para pagar o atendimento veterinário.

Segundo boletim médico divulgado nesta sexta (7) pelo Hospital Vet Popular, a cadela está estável e se alimenta “com generoso apetite”, sem auxílio dos médicos veterinários.

TIRO

O caso aconteceu na zona norte. Uma equipe do 5º Batalhão da Polícia Militar que estava na região do Terminal de Cargas foi acionada por testemunhas, que passaram as descrições do caminhoneiro, localizado e detido pouco depois, na Vila Medeiros. Ele teria se irritado com a presença do animal e disparado.

De acordo com a corporação, uma pistola foi apreendida com o caminhoneiro que, para tentar escapar, ofereceu suborno. O suspeito foi levado ao 73 Distrito Policial, onde foi registrado boletim de ocorrência por porte ilegal de arma, disparo de arma de fogo, praticar abuso a animais e corrupção ativa.

A Secretaria da Segurança informou que, devido à gravidade do caso, o delegado responsável pediu a conversão da prisão em flagrante por preventiva.

Comovidos, os PMs levaram a cadela ao hospital veterinário e se propuseram a pagar do próprio bolso pelo atendimento. A clínica, porém, recusou e decidiu assumir todos os custos.

Atingida na região peitoral, perto da pata dianteira, ela foi medicada e submetida a exames de imagem, cardiológicos e hematológicos.

Segundo informações do hospital, Pintada vive no Terminal de Cargas, onde é cuidada por um vigia. Quando tiver alta, voltará a viver no local.

MAUS-TRATOS

Maus-tratos contra animais é crime previsto em lei e que pode render pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Na próxima terça (11), O Senado deve votar proposta apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para elevar a punição para crimes de maus-tratos contra animais. Pelo projeto, iria de 1 a 3 anos de detenção.

Em Osasco, Grande SP,  a polícia investiga a morte de Manchinha. Resgatada ferida de uma unidade do Carrefour no último dia 28, ela não resistiu. O inquérito apura se houve maus-tratos.

Um funcionário terceirizado da loja, suspeito de agredir a cadela, foi ouvido pela Polícia Civil nesta quinta (6). A veterinária do Centro de Zoonoses que atendeu Manchinha também conversou com os policiais. O teor dos depoimentos não foram divulgados.

Uma tentativa de afastar a vira-lata da unidade deixou Manchinha ferida na pata, diz o hipermercado. Acionados para o socorro, funcionários da prefeitura usaram um enforcador, em ação também criticada. Levada para atendimento emergencial, a cadela morreu em seguida.

Como não havia denúncias de maus-tratos naquele dia, mas suspeita de atropelamento, o corpo foi cremado. Agora, a necropsia ajudaria a apontar a causa da morte –se atropelamento, a agressão, o uso do enforcador ou se houve envenenamento, como também apontaram relatos. Para o inquérito, a Polícia Civil conta com vídeos e depoimentos.

 

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Saiba como denunciar maus-tratos