No Dia dos Animais, cães ocupam igrejas e tutores pedem proteção a são Francisco
Cachorrinhos ocuparam bancos e corredores de igrejas dedicadas a são Francisco nesta quinta-feira (4), Dia dos Animais e também do protetor dos bichinhos. Tutores aproveitaram para pedir ou agradecer pela saúde dos animaizinhos.
Patrícia Thaís que cuida de Sol, 7, levou a golden para uma bênção na paróquia da Vila Clementino, zona sul de São Paulo. “Sou fã de são Francisco. Vim agradecer, não pedir”, afirma ela, tutora de três cães.
Ali também estava Maria, 2, adotada há uma semana por Isabel Parreira. Segundo ela, a cadela foi atropelada e estava no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Osasco, região metropolitana. Está se recuperando bem, mas, para não forçar o corpinho, ficou em um carrinho. Isabel afirma que seu outro cachorro, Zé, 6, ficou em casa por ser mais arteirinho. “Nunca tinha vindo [à paróquia]. Resolvi trazer ela porque era a que mais estava precisando”, diz.
O tamanho pode assustar, mas Ziva, da raça pastor alemão, cheirava e lambia cães que se aproximavam. O tutor, Marcelo Gomes, diz que cadela, de um ano, foi abandonada filhote. “[Os antigos tutores] levaram para o hotel-escola para adestrar e, depois, não quiseram mais]”, diz. Seus outros dois cães, a labradora Babi, 13, e o salsichinha Bob, 11, ficaram em casa por causa da idade.
Angélica Marucci foi ao santuário de São Francisco, no centro da capital paulista, para agradecer. Com a pinscher Ana Carolina, 13, no colo, ela conta que a cedelinha sofreu um AVC no ano passado e não ficou com sequelas. “Dia 11 vai fazer um ano. Achei que iria perde-la. Pedi a são Francisco e prometi que, se ela se recuperasse, traria [na igreja]. E ela está aqui.”
Alessandra Del Pozzo se deslocou da Vila Guilhermina (zona leste) para pedir pela saúde de dois de seus cãezinhos, de aproximadamente 12 anos e que estão doentes. Os idosinhos eram representados no santuário pela cadela Espirro, resgatada há sete anos.
Alfredo, 3, recebeu a bênção do lado externo. Olhou com uma carinha desconfiada quando o frei apontou a água benta em sua direção, mas ficou quietinho. “Sou devota”, diz a tutora Ana Carolina Herve, que sempre vai à celebração.
Em um carrinho, como um bebê, o gato Moleke demonstrava tranquilidade. Antonia de Fátima Pessoa afirma que ele foi resgatado de um incêndio na favela do Moinho, na região central da cidade, há alguns anos. “Trago para agradecer. Por ter salvado ele, estava todo chamuscado.”
O gatinho não ficou com sequelas causadas pelo fogo. Estava no carrinho apenas para o passeio. “Ele anda, sim! E, diferentemente de outros gatos, vai até com coleira”, disse a tutora mostrando a guia presa ao corpinho.
Além das celebrações e bênçãos, as duas igrejas mantiveram espaço para adoção de animais. Na zona sul, protetores independentes levaram seis gatos e quatro cachorros. No centro, eram quatro cãezinhos da ONG Clube dos Vira-Latas.