Matar cães para obter a carne é ilegal, decide tribunal na Coreia do Sul

Lívia Marra

Matar cachorros para obter a carne é ilegal, decidiu um tribunal na Coreia do Sul.

O caso se refere a uma sentença de abril, divulgada nesta semana. Para defensores dos animais, a medida é um avanço que pode levar à proibição do consumo.

Antes dos Jogos de Inverno de Pyeongchang, em fevereiro, autoridades citaram regras sanitárias e leis de proteção que proíbem métodos cruéis para sacrificar animais em granjas e restaurantes. Foi então que a associação de defesa dos animais Care denunciou uma unidade em Bucheon sob acusação de violar a regulamentação sanitária, as normas de construção e de matar animais sem motivo.

Segundo a AFP, o tribunal declarou a culpa da granja e estabeleceu multa de três milhões de wons (cerca de R$ 10.200).

A decisão desagradou criadores e comerciantes. Já a diretora da Care, Park So-youn, disse que pretende fazer um censo para apresentar ações similares no país. Além disso, segundo a AFP, um deputado apresentou nesta semana um projeto de lei que proíbe o consumo da carne de cachorro.

Parte da tradição culinária local, a prática tem diminuído e é tabu para os mais jovens. Cada vez mais sul-coreanos consideram os cães como animais de estimação, e não como forma de alimento.

Os bichinhos contam também com grupos de protetores. Neste mês, a associação Humane Society International resgatou cerca de 50 cães de um criadouro.

Segundo a AFP, pesquisa de 2017 mostra que 70% dos sul-coreanos não comem carne de cachorro, mas só 40% são favoráveis à proibição do consumo.

Os números refletem as divisões em outras sociedades asiáticas. Na China, começou nesta quinta (21) o festival anual de carne canina de Yulin. O evento, que dura dez dias, é alvo de protetores dos animais e de críticas ocidentais.

No ano passado, Taiwan proibiu o consumo de carne de cão.

(Foto: Reprodução/ Facebook/Humane Society International)