Cadela idosa é adotada após passar anos em abrigo; veja cuidados com os velhinhos
Cindy tem dez anos e passou os últimos cinco em um abrigo em São Paulo, à espera de uma família. Depois de ser ignorada em vários eventos de adoção, a cadelinha, finalmente, ganhou um lar.
No sábado (5), a ONG Cão Sem Dono publicou fotos de Cindy logo após chegar à nova casa. Em uma das imagens já testava a caminha. Em outra, parecia sorrir.
No fim de abril, a ONG havia contado a comovente rotina da cadelinha, que não despertava o interesse de adotantes.
“Cindy frequenta feiras de adoção todas as semanas, e isso há meses, mas sempre é preterida, pois é uma cachorrinha com dez anos. Sai da feira e volta sempre para sua triste realidade que é viver em um canil. Aliás, já vive assim há quase cinco anos. Mesmo com todos os cuidados que tomamos com cada animal, viver em abrigo não é legal, e a solidão é sempre imensa. E é por isso que toda nossa equipe está empenhada em encontrar para Cindy um bom e aconchegante lar”, dizia o texto.
Final feliz para Cindy. Mas muitos cães idosinhos sobram em abrigos. Dos cerca de 500 animais abrigados com a Cão Sem Dono, ao menos 35% têm mais de sete anos.
A resistência em relação mais velhinhos não ocorre só no Brasil. Em março, um garotinho chamou a atenção por escolher, em um abrigo nos Estados Unidos, um cãozinho de 14 anos, surto, quase cego e sem dentinhos.
CUIDADOS
Assim como humanos, animais precisam cuidados especiais quando envelhecem.
Além de atenção com a saúde, é possível que o tutor precise fazer adaptações na rotina.
A fase precisa de acompanhamento veterinário frequente. O ritmo do passeio muda, e o limite do animal deve ser respeitado em brincadeiras e atividades físicas. Cuidados com higiene são importantes, mas a frequência do banho pode ser alterada para evitar problemas de saúde –conforme orientação do veterinário, os banhos podem ser dados preferencialmente em dias e horários mais quentinhos.
A idade para envelhecimento varia conforme a raça e o tamanho. De forma geral, um cachorro de pequeno ou médio porte com 10 anos é considerado idoso; a idade cai para 7 ou 8 anos no caso de animais de grande porte.
Mudança de humor, apetite, desorientação ou dificuldade para se levantar podem indicar que algo não vai bem com o idosinho.
Nessa fase, são comuns problemas de locomoção, periodontal, desgaste de órgãos –e doenças cardíacas e renais, por exemplo–, casos de câncer e problemas neurológicos –o bichinho pode ficar preso em cantos das paredes ou entre móveis.
Também nessa idade, o animal começa a perder audição e visão. Nesse caso, o tutor não deve manter os móveis sempre no mesmo lugar para que o bichinho se acostume ao ambiente e evite bater em objetos.
“Não podemos associar o envelhecimento a doenças, e sim ao rumo natural da vida. É necessário que o dono esteja alerta aos cuidados e consciente que um dia isso ocorrerá, sempre dando muito amor, carinho, um bom alimento para cada necessidade e acompanhamento profissional”, diz o veterinário Antonio Marquesim.