Com flores e orações, tutores lembram de pets no Finados; “foi um verdadeiro ‘cãopanheiro’”

Dodge adorava passear na rua e colocar o focinho ao vento na janela do carro, diz a dentista Andréa Cristina de Souza sobre seu cãozinho, que morreu aos 17 anos, em janeiro de 2016.

“Ao longo desses anos, foi mais do que um animal de estimação. Foi um verdadeiro ‘cãopanheiro’, um membro da família”, afirma.

Assim como Andrea, outros tutores também homenagearão seus pets nesta quinta (2), Dia de Finados.

A dentista diz levará flores e velas e irá à capela onde ocorreu a despedida de Dodge, no Pet Memorial, em São Paulo.

“Resolvemos cremá-lo, e minha mãe ainda guarda as cinzas em casa. Ela resolveu que também quer ser cremada quando morrer —antes queria um enterro tradicional, mas agora quer que as cinzas dela se misture com as dele e sejam jogadas juntas no mar”, disse.

Andrea lembra que o cãozinho –o da foto no começo deste texto– encheu a vida da família de alegria “a cada lambida e abanada de rabinho”. E ele ainda está muito presente, por isso não há outro animal na casa.

“Mas ajudamos os de rua que precisam com ração, banho e vacinas. Ele [Dodge] é nosso irmãozinho que está brilhando no céu”, diz.

COMPARTILHAR O SOFRIMENTO

Falar e compartilhar o sofrimento ajudam os enlutados, afirma Joelma Ruiz, psicóloga especialista em luto e consultora do Pet Memorial.

Nesta quinta, o crematório tem uma programação especial para homenagens aos pets.

A capela ecumênica ficará aberta das 8h às 18h. Às 10h e às 14h, a psicóloga fará palestras abertas com o tema Apoio e Acolhimento: Compreendendo o Processo do Luto.

Para ela, além de Finados, ter uma dada exclusiva aos animais, como o Dia da Memória Pet —que passa a ser lembrado em setembro no Estado— é importante no processo de luto.

“O luto pela perda de animais ainda não é reconhecida pela sociedade, porque a gente não tem regras e normas para esse sentimento. No mesmo dia em que a pessoa perde o animal ela precisa voltar para a sua rotina”, diz. “Ter uma data e espaço para compartilhar, acolher essa dor, são fatores de proteção para a elaboração do luto. Os benefícios psicológicos não são apenas para os participantes, e sim para todos os envolvidos no processo, pois quem amamos continua vivo dentro nos nossos corações fazendo parte da nossa história e dos nossos familiares.”

Capelinha e homenagens no crematório em SP (Divulgação)