Raiva é doença fatal e pode ser transmitida a humanos; conheça sintomas e saiba o que fazer
A raiva é uma doença fatal, que afeta o sistema nervoso central, e que pode ser transmitida a humanos. Após o surgimento dos sintomas, não há tratamento. Por isso, a vacinação dos animais é importante: é a única forma de manter a doença sob controle.
“A raiva continua a ser uma grande preocupação mundial. É uma doença negligenciada, com praticamente 100% de letalidade e alto custo na assistência preventiva às pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer”, diz a médica veterinária Adriana Vieira, integrante da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária, do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária).
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que cerca de dois terços dos países do mundo ainda são afetados pela doença. Ásia e África lideram casos entre humanos. Conforme o Conselho, mais de 80% das mortes ocorrem em áreas rurais, onde o acesso a campanhas de saúde e à profilaxia pós-exposição é limitada ou não existe.
O Dia Mundial Contra a Raiva é lembrado em 28 de setembro. Considerando a necessidade de medidas emergenciais, a OMS (Organização Mundial da Saúde), em colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e com o apoio da Aliança Global para o Controle da Raiva definiram 2030 com o ano limite para a erradicação da doença em humanos, conforme meta traçada em 2015 durante a Conferência Mundial sobre “Eliminação global da raiva humana transmitida por cães: o momento é agora”, em Genebra, na Suíça.
TRANSMISSÃO
A raiva é uma doença viral. “Os principais transmissores são os animais silvestres, como morcegos, gambás e macacos, que contaminam cachorros, gatos e humanos de forma acidental”, afirma a veterinária Carla Storino Bernardes, da Cobasi.
Mordidas, arranhões ou lambeduras podem transmitir a doença ao homem. Em qualquer dessas situações, a pessoa deve procurar atendimento médico, caso o animal não seja conhecido ou não esteja vacinado.
Em caso de morcegos encontrados em residências, a orientação é jogar um balde ou toalha sobre ele e acionar órgãos competentes para a remoção.
SINTOMAS
O período de incubação varia entre alguns dias a vários meses.
Os sintomas variam de acordo com o estágio progressivo da doença. De acordo com Carla Storino Bernardes, incluem alterações nas atitudes, comportamento errático, desorientação, convulsões, paralisia e salivação excessiva.
Nos humanos, pode ocorrer febre, tontura, dor de cabeça, mal estar, formigamento, pontadas ou sensação de queimação no local da mordida. Com o avanço, a doença acometerá o sistema nervoso central e provocará dificuldade para deglutir, desidratação, paralisia e convulsão, evoluindo para coma e morte, diz Karin Botteon, médica veterinária e coordenadora técnica da Boehringer Ingelheim Saúde Animal.
VACINAÇÃO
Cães e gatos com mais de três meses de vida devem ser imunizados, exceto doentes. A dose deve ser reaplicada anualmente.
Como qualquer medicamento, a vacinação pode causar reação nos animais, mas não costumam ser graves. Pode ocorrer febre e o animal ficar mais quietinho, por exemplo.
FOI MORDIDO?
Se você foi mordido ou arranhado por animal desconhecido ou não vacinado deve lavar o local afetado com água e sabão. É uma forma de tentar impedir que os vírus contidos na saliva do animal infectado se espalhem, segundo a veterinária Karin Botteon.
Já o pet deve ser levado a um médico veterinário de confiança. O animal com suspeita de contaminação deve ficar isolado e em observação até o diagnóstico.
MAIS DICAS
Além da vacinação dos animais de estimação, outras ações podem prevenir a raiva, segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo:
– levar o animal para passear com coleira e guia, para evitar o contato com outros animais desconhecidos;
– no caso de gatos, cuidar para que não saiam à noite para locais abertos, o que evita contato com morcegos;
– não mexer em cães e gatos desconhecidos e, assim, evitar mordidas ou arranhões;
– ao ser mordido ou arranhado por um cão ou gato, lave bem o local com água e sabão e procure orientação médica na unidade de saúde mais próxima.