Protetores se mobilizam para localizar e atender animais vítimas de incêndio em Portugal
O incêndio florestal que atingiu a região central de Portugal provocou a morte de 64 pessoas –entre elas um bombeiro–, deixou dezenas de feridos e desabrigados. O fogo vitimou ainda número não estimado de animais –muitas cabras criadas na região, mas também animais de estimação.
Ainda há focos de incêndio, e o acesso é prejudicado. Nesta segunda (19), cerca de 2.000 pessoas trabalhavam no combate às chamas segundo as autoridades. Pelas redes sociais, protetores de animais e ONGs se mobilizam para localizar e atender os bichinhos da área devastada.
“Não temos números de animais afetados. Infelizmente as zonas continuam sem acesso, mas tememos o pior”, disse ao blog Sandra Duarte Cardoso, presidente da SOS Animal.
“Há muitas associações locais e de outros pontos do país a fazer o que podem. Há ainda clínicas e hospitais privados que abriram as suas portas de forma voluntária e estão a dar tudo o que podem”, afirma.
Logo após a tragédia, o grupo já publicava em rede social alerta para saber se ONGs, veterinários ou voluntários se organizavam para apoiar vítimas do incêndio e buscar informações sobre os animais de Pedrógão Grande. “Os nossos pensamentos estão com todas as vítimas, humanas e não humanas.”
Preocupada com o avanço das chamas em Figueiró dos Vinhos, a Associação Pegadas e Bigodes, começou no domingo (18) a remover os 65 cães do abrigo para locais seguros, e pediu ajuda por lares temporários.
“Apelamos a todas as pessoas que estejam perto da zona onde se deu a tragédia para que verifiquem se também há animais que precisam de apoio. Todos merecem ser ajudados, sejam humanos ou não humanos”, escreveu a ONG.
A Associação Agir Pelos Animais pede doações de feno e ração para gado.
Protetores também publicam fotos de cães encontrados na região –é que possivelmente se perderem dos tutores na confusão.
SOBREVIVENTE
Em meio ao cenário devastado, chamou a atenção a imagem de um cachorro acorrentado e que escapou do fogo sem ferimentos.
A imagem do cão, em uma área intacta, com vasilha de água, ao lado de um galpão e veículos destruídos, foi captada por drone e divulgada pela SIC.
Protetores estiveram no local e constataram que toda a família passa bem.
Segundo o “Jornal de Notícias”, trata-se de Rex, seis meses. Rodrigo Coelho, um de seus tutores, disse à publicação que quando seu pai chegou encontrou o barracão e os veículos destruídos. Mas a área onde estavam os animais não foi atingida.
Ainda de acordo com o jornal, a protetora Daniela Pereira percorreu nesta segunda a zona de Castanheira de Pera e descreveu o cenário como “macabro”. Em sua busca por animais, ela conseguiu devolver aos donos dois cães e recolheu um terceiro, que poderá ser encaminhado para adoção se o tutor não for localizado.