Taiwan aprova emenda que proíbe consumo de carne de cães e gatos
O Legislativo de Taiwan aprovou emenda que proíbe o abate de cães e gatos para consumo humano.
A medida, votada no último dia 11, ainda precisa sanção presidencial para entrar em vigor. Com isso, Taiwan se tornará a primeira nação asiática a vetar oficialmente a venda e o consumo dessas carnes.
No poder há quase um ano, a presidente Tsai Ing-Wen é defensora dos animais e, durante a campanha, prometeu medidas de proteção.
Leis contra crueldade animal ganharam destaque nos últimos anos, com o aumento de animais de estimação. Dados do governo mostram que o número de cães e gatos nas famílias saltou de 1,6 milhão em 2003 para 2,2 milhões em 2015.
Ao caminhar por ruas de Taiwan é comum ver pessoas carregando seus pets no colo ou, muitos deles, em carrinhos –aqueles parecidos com os de bebês.
A emenda à Lei de Proteção Animal aprovada pelo Legislativo prevê multa de NT$ 50.000 a NT$ 250.000 (cerca de R$ 5.000 a R$ 25.000), além de publicação de nomes e fotos dos infratores.
No caso de animais vítimas de crueldade — que resulte em membros quebrados ou morte–, a punição é de multa entre NT$ 200.000 e NT$ 2 milhões (cerca de R$ 20 mil a R$ 206 mil). Os reincidentes podem ser presos por até cinco anos.
Ainda segundo dados do governo, Kaohsiung, no sul da ilha, foi a primeira cidade a proibir o consumo de carne de cão e de gato, em 2015.
A Lei de Proteção Animal foi promulgada em 1998 e, inicialmente, punia maus-tratos com pena de prisão de até um ano, e multa de até NT$ 1 milhão (cerca de R$ 100 mil).
CONSUMO
Consumir carne de cachorro é uma tradição em algumas localidades asiáticas.
Na China, por exemplo, o festival Yulin é alvo de protestos anuais.
No ano passado, manifestantes exibiram cartazes com que diziam ‘eu não sou seu jantar’ e apresentaram uma petição com 11 milhões de assinaturas pedindo o fim do evento.
A estimativa é de que mais de 10 mil cachorros sejam servidos a cada ano na celebração, segundo reportagem publicada em 2015 pelo jornal ‘The New York Times’.