Basta paciência e amor, diz fotógrafa que registou adaptação de cães adotados; veja
Pietra era medrosa, Ted latia sem parar e quase não se aproximava das pessoas, e Nico era meio tristonho. Isso antes de esses cãezinhos serem adotados.
Costelinha tinha muito receio de homens e melhorou bastante, mas Stephano ainda tem aulas para perder o medo e conviver melhor.
Esses bichinhos têm em comum um passado difícil e, agora, a oportunidade de ter uma casa e muito amor para superar traumas.
Mas cães muitos medrosos, carentes ou doentes podem sobrar nas feiras de adoção e nos abrigos. Para mostrar que mesmo os animais com mais dificuldade de interação devem ter uma chance, a fotógrafa Anaryá Mantovanelli decidiu fazer um ensaio com cães adotados, especialmente os que apresentavam alguma dessas características.
“A modificação [de comportamento do pet] é grande. É só ter amor e paciência. Eles também são alegres e brincalhões”, disse a fotógrafa ao blog.
A IDEIA
Anaryá conta que começou a fotografar os cães em 2015. Naquele ano, morte de uma mulher na Grande São Paulo deixou desamparados quase cem cachorros e 80 gatos que ela mantinha em uma casa.
Com a mobilização de voluntários, o projeto Hopet –que arrecada ração e medicamentos– passou a cuidar dos bichinhos. “O Hopet cuidou e conseguiu lar para quase todos os animais que a acumuladora acabou deixando”, conta o fundador do grupo, Caio de Oliveira Lima.
Foi por intermédio de uma amiga voluntária que a fotógrafa conheceu a história desses animais. Depois, resolveu ajudar fazendo os ensaios –acompanhou de perto seis animais.
Segundo ela, além dos bichinhos com dificuldade de adaptação, foram retratados animais levados a apartamentos pequenos “para mostrar que é possível que se adaptem e melhorem”.
Para o fundador da Hopet, a inciativa demonstra o carinho mútuo entre tutores e pets. “Acho que as fotos são um meio de mostrar a transformação na vida das pessoas e dos animais adotados, a troca de amor e carinho que passa a existir a partir do momento que alguém se prontifica a cuidar e a superar traumas de uma vida sofrida que algum animal teve”, diz.
AMELIE
Mas, além do trabalho voluntário para incentivar a adoção por meio de suas fotos, Anaryá não resistiu e acabou levando para casa uma cadela: Amelie.
“Eu morava em um abrigo cheio de amigos peludos. Morávamos apertadinhos, porque éramos muitos em pouco espaço e condições mínimas de limpeza”, diz texto em rede social, como se Amelie relatasse seu passado.
“Foi um belo dia quando a mamãe, o papai, a vovó e o vovô, foram me buscar. Todos choravam, eu não entendi bem até chegar na minha nova casinha. Me senti tão amada, que aos poucos meu medo foi se transformando em bagunça e felicidade. E cada dia que passa supero um novo obstáculo”, afirma outro trecho.
Anaryá lembra que a cadela estava bastante debilitada quando foi resgatada. “Ela estava mal, todos pensavam que iria morrer. Com muito amor e dedicação já está há um ano comigo e super recuperada”, afirma.